Como escolher seu parceiro de negócios

março 31, 2016

Para mim, uma parceria de negócios é similar a um casamento. O casamento pode ser visto como um contrato legal entre cônjuges, que estabelece direitos e obrigações entre eles, entre eles e os seus filhos, bem como com a sociedade em geral. As pessoas se casam por diversos motivos, incluindo questões jurídicas, sociais, emocionais, financeiras, espirituais e religiosas.

Agora, começar uma sociedade pode ser visto como um contrato legal entre sócios (na maioria das vezes, acionistas), que também estabelece direitos e obrigações entre eles, entre eles e o negócio, bem como com a sociedade em geral. É por esse motivo que os contadores e advogados recomendam a elaboração de um acordo de acionista (Falarei depois sobre esse assunto no meu artigo). Os sócios se unem por diversas razões, incluindo a criação, gestão ou lançamento de um produto, ou serviço novo, ou mesmo já existente no mercado.

É primordial que, antes de se tornar sócio de outra pessoa, fique muito claro o que se espera de cada um. No início de qualquer relação, os cônjuges estão felizes um com o outro, mas para manter uma relação sólida, saudável e duradoura, deve-se garantir que todos os objetivos sejam alcançados – os individuais e os que foram planejados em conjunto. E pessoas diferentes têm objetivos individuais diferentes. Cada parceiro também deve apoiar as escolhas um do outro.

Em uma relação de negócios, cada parceiro deve assegurar que ambos contribuam de forma individual para garantir que o empreendimento sejabem sucedido, independentemente do seu tamanho.

O que você deve esperar de um parceiro de negócios?

Experiência empresarial

Caso tenha habilidades empresariais limitadas, um parceiro experiente pode ajudá-lo. Dependendo da experiência que o seu sócio tem, ele pode ajudá-lo a evitar alguns erros (principalmente durante a fase inicial), o que, definitivamente, pouparia tempo e dinheiro.

Por outro lado, deve ficar claro o que você espera dele, quais serão as tarefas do seu sócio e quem irá tomar as decisões. Uma opção de ter um sócio experiente seria a de buscar um mentor de negócios. Tutoria é quando uma pessoa, com mais experiência ou conhecimento, ajuda a orientar outra pessoa, com menos experiência ou conhecimento. O mentor pode ser mais velho ou mais novo, mas ser especialista em uma determinada área tal como finanças, recursos humanos, marketing, desenvolvimento de software, entre outras.

Dinheiro

Qualquer negócio precisará de dinheiro mais cedo ou mais tarde. Para simplificar, podemos separar a necessidade de investimento em um negócio em duas categorias: fase inicial (start-up) e etapa de crescimento. Obviamente, o investimento inicial somente ocorre uma vez, quando o negócio é estabelecido. Ele é composto de dinheiro para estruturar o seu empreendimento (equipamentos, mobiliário, estoque e outros) e capital de giro para manter o seu funcionamento até os custos serem pagos. Se o seu objetivo é crescer cada vez mais, haverá momentos em que irá precisar de dinheiro extra para aumentar novamente a estrutura do negócio. Por exemplo, mudar-se para uma instalação nova e maior, contratar novos funcionários, software novo e equipamentos novos.

Um sócio pode contribuir com a empresa financeiramente. Neste caso, ele se tornará um parceiro investidor e, como tal, vai querer o dinheiro de volta com um retorno financeiro positivo. A rapidez com que ele espera ter o dinheiro de volta, pode ser o que irá manter a sua empresa aberta. Você deve evitar – sempre – um investidor inexperiente que não entende devidamente do negócio.

O parceiro investidor pode investir no seu empreendimento, adquirir algumas ações com a opção de vendê-las mais tarde ou investir no negócio por meio da aquisição de algumas ações, mas sem esperar vendê-las no futuro. Além disso, um sócio também pode ajudar a gerencia-lo ou pode somente investir numerário e não participar da gestão da empresa no dia a dia. Você precisa certificar-se de que entende a diferença entre eles. Não pode se queixar a um parceiro investidor que ele não está trabalhando na empresa diariamente, se isso não foi acordado antes.

Outra opção seria obter um empréstimo. Além disso, é necessário entender o que é um empréstimo. É tomar dinheiro emprestado de um indivíduo (pode ser alguém da sua família, amigo, ou um indivíduo sem alguma relação), organização (empresa privada ou banco) ou outra entidade. É um crédito concedido por uma entidade (organização ou indivíduo) a outra entidade a uma taxa de juros. O empréstimo pode ser garantido ou não-garantido. Lembre-se sempre que você deve pagar o empréstimo. É preciso evitar que o seu nome seja citado como devedor (mau pagador) pelo credor (indivíduo ou organização). Além disso, certifique-se de que o seu crédito (empréstimo) seja calculado para não solicitar mais numerário no futuro. Os credores não gostam de pessoas que não conhecem suficientemente o próprio negócio, por não saber exatamente a quantia de fluxo de caixa necessária para o seu devido funcionamento.

Sócio ativo

Às vezes, ter um sócio ativo pode ser ideal para o negócio ser bem sucedido. Todos nós temos nossos pontos fortes e fracos. Eu darei um exemplo. Pela minha experiência, a grande maioria dos nossos clientes mais criativos, não é muito boa em gestão e administração. Alguns dos melhores vendedores que conheço pessoalmente, odeiam realizar tarefas administrativas. É espantoso ver que alguns deles nem querem saber o desempenho financeiro da empresa todo mês.

Ter um sócio comprometido, que compreende as responsabilidades administrativas, pode possivelmente ajudá-lo neste ponto fraco. Mas certifique-se de que o seu sócio entenda o que se espera dele. Em vez de ter um sócio, você pode contratar um novo funcionário, que pode fazer a mesma coisa. Por favor, lembre-se de que o seu negócio precisa pagar o salário do novo funcionário. Se estiver disposto a ter um sócio ativo, vocês dois precisam acordar quanto cada um dos sócios ativos irá ganhar. O que eu vejo como regra geral em pequenos negócios é que o sócio que trabalha recebe salário. O que não trabalha não recebe salário. O sacrifício é necessário, às vezes, principalmente durante a fase inicial do negócio. Na fase inicial, vejo diretores sacrificando os seus salários durante o primeiro, segundo ou até terceiro ano para garantir que a empresa tenha dinheiro para manter o negócio funcionando ou mesmo para investir. Por que você deve tirar o dinheiro da empresa que será sua fonte de renda no futuro?

Não faz sentido realocar tempo e energia em um negócio que pode ser encerrado, só porque você decidiu receber um salário que, no final, irá sacrificar o seu sucesso. Pense nisso com cuidado.

“Network” de parceiros de negócios (clientes e fornecedores)

Mesmo tendo a ideia mais inovadora, um ótimo modelo empresarial não significa necessariamente que o seu negócio será bem sucedido. A falta de clientes ou não tendo vendas o suficiente para cobrir os custos e despesas é muito perigoso, financeiramente falando.

Um parceiro de negócios bem relacionado pode apresentá-lo a possíveis clientes, que podem gerar vendas. Em algumas indústrias comandadas por um pequeno número de participantes, ser apresentado a um importante sujeito, com poder de decisão para comprar da sua empresa, pode trazer uma enorme contribuição ao seu negócio. É preciso certificar-se de que o seu parceiro de negócios seja honesto nestas apresentações. Você pode até assinar um contrato condicional que tenha uma clausula dizendo que se ele o apresenta a um possível cliente, ele se tornará o seu sócio. Além disso, você tem outra opção disponível. Não é obrigado a tê-lo como sócio. Pode estabelecer uma relação comercial, na qual a sua empresa pagará uma comissão por cada negócio que ele gerar para sua empresa.

Um contato com um grande fornecedor, também pode ser o que trará êxito a sua empresa. Neste caso, um parceiro de negócios pode atrair o fornecedor que você mais precisa. O mesmo conceito de apresentação pode ser aplicado aqui. Pode oferecer a ele uma porcentagem sobre cada acordo com fornecedor, em vez de tê-lo como sócio.

Tenho observado muitas parcerias empresariais que funcionam bem, quando um dos parceiros conhece o trabalho técnico e também sabe como gerir a mão-de-obra para fazer esse trabalho. Ele atraiu um parceiro de negócios que era um administrador e gerente experiente e também atraiu o principal cliente que representa sozinho 90% do volume de negócios.  Eles têm um conjunto de habilidades diferentes e cada um deles toma uma decisão que é somente relevante para sua área de conhecimento. Funcionalmente, esta é a receita para o sucesso.

Parceiros de negócios no exterior

Ter um parceiro para expandir o seu negócio em outra jurisdição pode ser uma boa ideia. No entanto, é preciso encontrar o candidato ideal. Se você precisa de alguém para estruturar o seu negócio internacionalmente, bem como administrá-lo em países que você não conhece muito bem, o candidato deve ser uma pessoa comprometida. Certifique-se de pedir indiretamente comprovações de experiências anteriores. Em minha opinião, muitas pessoas, sem dúvida, falam mais do que fazem. Um indivíduo pode ser o vendedor do ano, mas quando se necessita que algo seja feito, ele não faz. Uma solução ideal seria se você encontrasse uma empresa, bem estruturada, que tivesse interesse em vender e entregar os produtos ou serviços da sua empresa. Neste caso, certifique-se de elaborar um contrato detalhado para evitar problemas no futuro.

Quais são as opções quando uma parceria de negócios não está funcionando como ambos gostariam?

Voltando à comparação com o casamento, alguns casais viverão juntos para sempre. Além disso, às vezes – como em qualquer relação duradoura – o casal pode passar temporariamente por uma fase ruim. A única forma de resolver qualquer desentendimento é conversar um com o outro. O divórcio é o fim de um casamento ou união conjugal, a anulação e/ou reorganização dos deveres e responsabilidades legais. Como o casamento pode ser visto como um contrato, um status ou uma combinação de ambos, a recusa ou inabilidade de um dos parceiros de realizar as obrigações estipuladas no mesmo, pode constituir um motivo de divórcio para o outro parceiro.

Se a sua relação empresarial não está funcionando como o esperado, eu o aconselharia a se reunir com o seu parceiro para discutir as questões. O ideal seria que ambos estabelecessem uma reunião mensal para discutir a relação empresarial. Não falar claramente, um com o outro, sobre qualquer problema pode custar tempo e dinheiro.

Se necessário, pode indicar outra pessoa (sugiro um advogado) para mediar a reunião entre você e o seu parceiro. Se um mediador não ajudar a melhorar a relação empresarial, eu consideraria as opções a seguir:

Vender as ações para o outro parceiro

Esta opção é autoexplicativa. Um parceiro pode comprar as ações do outro. Uma avaliação independente do negócio também pode ser feita para assegurar que o preço proposto das ações não seja sobre ou subestimado. Se não estiver claro, uma segunda ou terceira avaliação independente deve ser feita para encontrar o preço real correto.

Vender as ações para uma nova pessoa ou organização

Na grande maioria dos casos (empreendimentos pequenos e médios), as ações de um sócio devem ser oferecidas primeiramente aos outros acionistas existentes. Sem dúvida, recomendo que o vendedor e comprador tenham um aconselhamento jurídico antes de estabelecer um acordo.

Vender todo o negócio a uma pessoa ou organização diferente

Neste caso, um possível comprador deve ser encontrado e o negócio será vendido. O que é importante ter em mente ao vende-lo é que ele é somente atrativo quando contribui de forma positiva. Um negócio de um milhão com uma perda de 1% é, geralmente, menos atrativo aos investidores – portanto, mais difícil de vender – do que um negócio de cem mil com um lucro de 20% – e esses números são muito realistas.

Dividir o negócio – clientes

Não conheço muitos sócios que o dividiram de forma igualitária. Geralmente, um dos parceiros deixa o negócio e abre uma empresa diferente, trabalhando na mesma área. Desta forma, eles dividem o número de clientes igualmente.

Fechar o negócio

Esta opção seria a última ideal. Basicamente, ambos os sócios tomam a decisão de fechar o negócio. Ambos sairão de mãos vazias.

Este artigo é elaborado principalmente para as pessoas envolvidas em empresas privadas limitadas, porém os conceitos podem ser usados para qualquer tipo de estrutura jurídica. Além disso, o conteúdo é meramente informativo e muitas parcerias de negócios são muito bem sucedidas.

Caso tenha algum comentário, sugestão sobre este artigo, por favor, envie um e-mail para Rodolfo.b@verticeservices.com

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